Nota técnica da SBGM orienta pacientes com imunodeficiência frente a COVID-19


Pacientes podem estar em um grupo de maior risco e exigem cuidados específicos

As recomendações são direcionadas ao manejo de pacientes com síndromes genéticas com imunodeficiência na pandemia da COVID-19. As Imunodeficiências Primárias (IDP), também denominadas Erros Inatos da Imunidade, compreendem um grupo amplo de doenças genéticas que acometem o sistema imunológico e podem se manifestar sob a forma de infecções graves de repetição, autoimunidade, inflamação, alergias e câncer.

Ainda não há estudos ou relatos na literatura sobre o comportamento do COVID-19 em pacientes com IDP. Como uma iniciativa conjunta de sociedades internacionais de imunodeficiências, coordenada pela União Internacional das Sociedades de Imunologia, foi elaborado um inquérito que tem o objetivo de mapear e acompanhar a situação entre pacientes com imunodeficiências. Até o dia 6 de abril de 2020, foram reportados apenas 15 pacientes com IDP e COVID-19. A maioria dos casos apresentou forma mais branda da doença. Aqueles que evoluíram com formas mais graves possuíam outras comorbidades ou complicações relacionadas à doença de base.

Contudo, apesar da ausência de evidências robustas, pacientes com imunodeficiências que cursem com linfopenia particularmente às custas de linfócitos T CD4+ (p.ex. trissomia do cromossomo 21, síndrome de deleção 22q11.2, Ataxia-Telangiectasia, síndrome de Jacobsen [deleção 11q24.1]), bem como IDP que requerem a utilização de imunoglobulina humana ou corticoterapia (> 5 mg de prednisolona ao dia), imunobiológicos ou inibidores da JAK por mais de 4 semanas estão entre os pacientes de maior risco. Igualmente os pacientes com doenças associadas à linfohistiocitose hemofagocítica, bem como pacientes com imunodeficiência que foram transplantados há menos de 01 ano e/ou que usam medicamentos imunossupressores também são pacientes em risco significativo de terem quadros mais graves pelo SARS-CoV-2.

Além dos cuidados habituais a toda população, o material recomenda se possível, as aplicações de imunoglobulina devem ser realizadas; contudo mudanças no intervalo de aplicação e a administração em ambiente domiciliar podem ser considerados. Entre outras medidas, recomenda-se a vacinação contra gripe para todos os pacientes com IDP, mesmo que não haja garantias de resposta de anticorpos, segundo o calendário da Campanha Nacional de Vacinação.

O material em sua íntegra pode ser conferido no link