Como as comorbidades afetam a saúde em casos de COVID-19


Segundo estudo, elas aumentam em 5,5 vezes as chances de crianças e adolescentes evoluírem para casos graves

Na última semana, a prefeitura de Porto Alegre ampliou a vacinação contra a COVID-19 para pessoas com doenças crônicas e comorbidades com 40 anos ou mais. Para as autoridades da área, esses grupos considerados de risco podem sofrer mais com o agravamento da doença e pacientes que possuem doenças preexistentes como diabetes, hipertensão arterial, câncer, problemas cardíacos e do pulmão devem ter atenção redobrada nos cuidados com a saúde.

Já em crianças, as comorbidades mais comuns são a encefalopatia não progressiva e doenças respiratórias crônicas, em especial, a asma. Segundo estudo realizado pelo Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (Idor), com pacientes de um mês de vida a 19 anos que ficaram internados por causa do novo coronavírus em Unidades de Terapia Intensiva, apontou que ter alguma comorbidade aumenta em 5,5 vezes as chances de crianças e adolescentes evoluírem para casos graves de COVID-19 em relação a pacientes saudáveis.

Para o médico geneticista e membro da Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM), Salmo Raskin, a situação é preocupante, porque muitas crianças manifestam a forma grave da doença.

“A obesidade vem se revelando um fator mais importante do que se sabia inicialmente, mesmo em jovens. Mas não se pode falar em fim da pandemia sem que as crianças tenham sido vacinadas. A notícia boa é que já nesta semana teremos a aprovação pelo órgão regulador norte americano (FDA) da vacina da Pfizer para maiores de 12 anos de idade. E outros estudos, incluindo crianças na faixa de 5 a 12 anos de idade, estão em pleno andamento”, comenta.

A recomendação dos especialistas é buscar avaliação em casos de sintomas respiratórios e gastrointestinais, e apresentarem febre ou dor abdominal. Segundo dados do DataSUS, o departamento de informática do Sistema Único de Saúde, desde o primeiro caso confirmado e registrado da COVID-19 no ano passado até março de 2021, 779 crianças com até doze anos morreram da doença, no Brasil. No mesmo período, ao menos 11.628 pacientes da mesma faixa etária precisaram ficar internados - um em cada quatro deles precisou ir para uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva).