Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM) destaca importância de vacinar prioritariamente crianças com comorbidades


A lógica é que a vacinação de indivíduos pediátricos com comorbidades diminua a gravidade da COVID19, e a necessidade de hospitalização, internação na UTI e óbito

A Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM) reforça aos pais e familiares a importância da vacinação contra a COVID-19 em crianças de 5-11 anos de idade, que estabeleceu, assim como no caso dos adultos, grupos prioritários para o início da imunização. O Ministério da Saúde definiu que, no grupo pediátrico, serão considerados prioritários aqueles com comorbidades ou deficiências permanentes; indígenas; ou quilombolas. Não há uma lista diferenciada das “comorbidades adultas” e “infantis” de forma que, a princípio, são os mesmos fatores de risco para crianças, adolescentes e adultos.

Nem toda a comorbidade oferece um risco aumentado para o desenvolvimento de complicações da COVID-19 (aqui entendido não somente o óbito, mas necessidade de hospitalização ou de internação em UTI; desenvolvimento de COVID longa; e desenvolvimento de síndrome inflamatória multissistemica). No entanto, estudos mostraram resultados importantes em relação a algumas comorbidades de maior risco para COVID-19.

“De uma forma geral as comorbidades são: doenças pulmonares crônicas, cardiopatia, diabete, obesidade, asma grave, comprometimento neurológico, imunodeficiência. Nosso estudo sobre doenças raras, realizado em 2020 (Schwartz et al., 2021) identificou naquela época 6 indivíduos <18 anos com doenças raras que haviam tido COVID-19 – cinco deles tinham erros inatos do metabolismo (Fenilcetonúria, Doenca da Urina do Xarope do Bordo, Deficiência de OTC, doença de Nieman- Pick) e um tinha osteogênese imperfeita. Todos se recuperaram, apesar dos pacientes com Fenilcetonuria e distúrbio do ciclo da Ureia terem necessitado de internação em UTI”, explica a médica geneticista e diretora científica da SBGM, Ida Vanessa Doederlein Schwartz.

Novo estudo do grupo, posteriormente identificou 18 pacientes pediátricos (Scholz et al., 2022) que tiveram COVID-19 ANTES de se vacinarem.

Apesar do pequeno tamanho amostral, os dados sugerem que pacientes com erros inatos do metabolismo de aminoácidos, do ciclo da ureia e doenças mitocondriais, especialmente quando também apresentam problemas neurológicos e pulmonares, têm risco maior de apresentarem complicações da COVID-19.