Abertura do Congresso Brasileiro de Genética Médica destaca evolução e importância da especialidade no diagnóstico, tratamento e controle de doenças


XXXIII Congresso Brasileiro de Genética Médica começou nesta quinta-feira (29/09) e programação vai até sábado (01/10)

A grande contribuição da genética médica para a sociedade ficou claramente evidenciada na solenidade de abertura do XXXIII Congresso Brasileiro de Genética Médica, que acontece em Curitiba (BR). A programação iniciou na quarta-feira (28/09) com as atividades do Pré-Congresso e segue até o próximo sábado (01/10). O evento está sendo realizado no Up Expo Curitiba com a participação de mais de mil e duzentos participantes.

“É com muita alegria que estamos reunidos em um congresso anual. A pandemia afetou a todos nós. Não poderia ter sido diferente com nossa sociedade. Fomos desafiados e pudemos contornar e até aprimorar. Desenvolvemos a educação continuada através do Educagene, promovemos cursos online e estamos em contato com o público em geral através de lives a Hora da Genética, que ocorre quinzenalmente”, disse a presidente da SBGM, Têmis Maria Félix.

A presidente também falou dos impactos que as mudanças atuais estão proporcionando.

“A telemedicina veio para ficar e através de um grupo de trabalho coordenado por médicos geneticistas atuamos em um regramento dessa importante ferramenta que veio para ficar. Precisamos reafirmar a importância do médico geneticista no diagnóstico, manejo e tratamento de doenças Raras. Esta diretoria tem trabalhado muito por todos médicos genetistas do Brasil, mas nossa sociedade precisa crescer. Ainda somos pequenos. Necessitamos mais médicos com títulos de especialista. O futuro está nas novas gerações que devem tomar para si o papel de defesa da especialidade. Enfrentamos desafios como novos exames, terapias e diagnóstico e precisamos estar preparados para isso. Por isso o CBGM traz um programa pensado no dia a dia com ênfase nos aspectos clínicos e manejo das doenças genéticas”, discursou a presidente da SBGM, Têmis Maria Félix.

No seu pronunciamento, o presidente do Congresso, Salmo Raskin, falou da grande satisfação em receber um número tão grande de médicos geneticistas e profissionais relacionados à especialidade.

“Este Congresso pretende marcar dois retornos: ao reconhecimento de que a raiz da Genética Médica é o atendimento clínico, e de que a raiz do ser humano é a socialização. Depois de mais de dois anos de isolamento social pela pandemia, sabemos muito bem que encontros pessoais são mais valiosos que os virtuais”, disse.

Também compôs a mesa de abertura, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná, Roberto Issamu Yosida que manifestou satisfação e otimismo.

“Passamos dois anos de pandemia e, aqui, em Curitiba, com uma seca muito impactante no cenário econômico. Perdemos vidas durante esse período e vermos esse evento acontece hoje é muito gratificante”, afirmou.

O presidente da Associação Médica do Paraná, Nerlan Tadeu Gonçalves de Carvalho, desejou sucesso ao evento.

“Agradeço o convite em estar participando desta sessão solene de abertura. São 28 empresas participando, o que significa um apoio e interesse na genética que é indispensável no desdobramento futuro da especialidade na nossa vida e na perpetuação da nossa espécie. Titulados no Brasil, ainda não são o número desejado, mas há uma evolução importante além da integração com outras especialidades médicas”, disse.

O presidente da Sociedade Paranaense de Pediatria, Victor Horário de Souza Costa Junior, destacou que as especialidades de pediatria e genética estão cada vez mais unidas.

“Parabenizo a SBGM pela excelente organização do evento. Nós, da pediatria, somos muito próximos da genética médica. O risco de recorrências, terapias novas que estão sendo desenvolvidas pela melhoria da saúde e o aconselhamento genético fazem com que estejamos muito relacionados”, declarou.

Em sua fala, a representante das Associações de Pacientes Familiares, Verônica Stasiak Bednarczuk, emocionou a plateia com o relato pessoal e o impacto do trabalho dos médicos na vida dos pacientes.

“Fui diagnosticada com fibrose cística há 13 anos. Foram anos de muitas complicações. Desde o momento que recebi esse diagnóstico, falei para mim mesmo que não dormiria com isso na cabeça. Não é admissível que uma doença genética que pode ser detectada no Teste do Pezinho, passe tanto tempo sem diagnóstico como eu passei. Há todo esse tempo dedico o meu esforço para reverter esse cenário. Não pode existir nada sobre nós, sem nós. Vemos no mundo inteiro a participação cada vez mais dos pacientes. Relatos de vida real são e devem ser considerados nos processos de avaliação tecnológica e econômica. Por isso agradeço demais estar aqui hoje. Não sou a voz das pessoas com doenças raras, porque cada um tem a sua”, discursou.

Durante o ato de abertura, foi prestado um minuto de silêncio em respeito aos médicos e médicas geneticistas falecidos nos últimos dois anos: Dra. Íris Ferraria, Dra. Lina Maria Vieira Bastos, Dr. Carlos Speck Martins, Dr. José Arnaldo Mell Tavares, Dr. Luís Garcia Alonso e as mais de 650 mil pessoas falecidas em decorrência da COVID-19 no Brasil.

Espetáculo para todos

A solenidade de abertura contou com apresentação do Projeto Todo Mundo Dança, iniciativa do espaço de dança Fernanda Becker que tem como objetivo incluir pessoas com deficiência na dança. Os alunos encantaram o público presente com canto e dança, mostrando talento e superação no palco.

Homenagem

Como é tradicionalmente feito, o evento prestou homenagem a um profissional destaque no país. Recebeu a distinção, o médico Rui Fernando Pilotto, tornando-se sócio honorário da SBGM.

Nascido em Curitiba, aos 30 de junho de 1947, filho de pai médico e de mãe professora no ensino de primeiro grau. No Segundo Grau despertou seu interesse pela Genética em decorrência de ter recebido uma tarefa do professor de Biologia (Irmão Caetano Aurélio Bolsanello), para apresentar aos colegas de sala, um seminário sobre "As Leis da Herança".

De 1966 - 69 cursou na Universidade Federal do Paraná, na época Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, onde foi Licenciado em História Natural (Lic.Sc.). Hoje denominado de Biologia. A segunda graduação ocorreu de 1978 - 83 quando cursou na Universidade Federal do Paraná, no Setor de Ciências da Saúde, o curso de Medicina, e recebeu o grau de Médico em 18 de dezembro de 1983. Ministrou vários Cursos na pós-graduação, foi coordenador do Curso de Pós-Graduação em Genética, do Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná, de (maio de 1995 a maio de 1997. Participou de inúmeras Bancas de Defesa de Dissertação ao Nível de Mestrado e de Teses de Doutorado. Autor co-autor de cerca de 50 artigos científicos. Exerce atividades como perito judicial, como colaborador voluntário junto a Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional (FEPE), colaborador voluntário junto a associação dos amigos do Hospital de Clínicas e junto ao Rotary Internacional.